COMO É A VIDA NO ÚTERO MATERNO
Sabemos que a forma como tratamos os nossos recém nascidos, bebés e crianças terá um impacto mais tarde nas suas vidas, na forma como eles se desenvolvem física, emocional e intelectualmente.
Também sabemos que os pais e familiares
mais próximos são a chave para o comportamento em contexto
social.
Actualmente, pesquisas ciêntificas mostram que
bebés em gestação são tão vulneráveis ao ambiente em que se
encontram dentro do útero, como fora do mesmo.
Os
bebés em gestação são seres conscientes e sensíveis. Não se
sabe exatamente onde começa esta consciência, no entanto há
pesquisas incríveis neste âmbito feitas no Japão pelo Dr. Akira
Ikegawa, um das pioneiras na pesquisa sobre "Memória
Pré-Natal", o que é um avanço.
Desde os 3 e 4 anos de
idade que os bebés recordam diferentes memórias desde o seu
momento de conceção até à gravidez, e de acordo com a definição
disponibilizada pela Associação de Educação de Memória
Pré-Natal (PREEMA), no Japão, existem nove categorias
diferentes de "Memória Pré-Natal".
9 Categorias de "Memórias no
Útero e mais além":
1. Memória Pré-Natal –
Memória de Embrião até ao Nascimento
2. Memória de
Nascimento – Memória no Nascimento
3. Memória de
Recém-Nascido / Bebé / Criança – Memória desde o nascimento até
à idade criança
4. Memória de Conceção – Memória que inclui
todas as variações, como testemunhar o ato sexual dos pais,
perceção da viagem do esperma e/ou memória do óvulo, memórias
de fertilização in vitro (IVF). 5. Memória de Esperma – Memória
como espermatezoide
6. Memória de Óvulo – Memória como óvulo
7. Memórias Entre Vidas – Memória do fim da vida anterior à
fertelização
8. Memória de Vidas Passadas – Memória como
outra pessoa que viveu no passado
9. Memória Duplicada –
Qualquer combinação de memórias de #1 a #8
FONTE:
PREEMA curso básico" livro de texto-Capítulo 2, (1) O que é uma
Memória Pré-Natal? Página #20.
É importante referir
que as memórias que estes bebés trazem são corroboradas pelos
seus pais, como situações que acontecem durante a conceção,
gravidez ou trabalho de parto, que nunca foram mencionadas aos
seus bebés.
Yuko Igarashi, fundadora do Projeto Global
de Memória Pré-Natal afirma que "pesquisas recentes mostram que
os bebés se lembram de todas as suas memórias no útero como
informação contida na forma de "Luz" (partículas elementares) e
a gravam. No útero, os cinco sentidos não estão totalmente
desenvolvidos. Os bebés lembram-se desta informação na forma de
um todo e não conseguem diferenciá-la em cinco sentidos, como
os adultos a reconhecem. Depois do bebé nascer, vários sensores
passam pelo seu corpo, e acredita-se que a informação dos 5
sentidos fica associada às memórias que tiveram no útero,
reescrevendo-as. É assim que o bebé consegue reconhecer a voz
do pai ou a imagem do pai associada à perceção que o bebé teve
no útero."
Sabemos que o ambiente físico, emocional e
mental da mãe irá influenciar o desenvolvimento do bebé, e
também a forma como a mãe perceciona o ambiente em que se
encontra desempenha um grande papel no desenvolvimento do bebé.
A reação da mãe introduz o bebé ao mundo exterior, o bebé está
a perceber para o que deve estar preparado através dos sinais
internos da mãe. A ciência da epigenética pode agora confirmar
que não somos simplesmente vítimas do nosso histórico genético,
e os genes não são ativados aleatoriamente, pois são ativados
ou desativados por um gatilho ambiental. Esse gatilho pode ser
nutrição, uma toxina, um impacto emocional bom ou mau, ou
stress. Para além do mais, este impacto ambiental pode dar
origem à modificação definitiva de um gene!
O geneticista Bruce Lipton
afirma:
“A ativação dos programas dos genes
é controlada pela atmosfera do ambiente. Mais precisamente pela
perceção que o organismo tem desta atmosfera… Emoções maternas
como ansiedade ou raiva ou, pelo contrário, amor e esperança
influenciam bioquimicamente a seleção e a reescrita do código
genético da criança no útero com consequências evolucionárias
muito profundas em gerações futuras. Os futuros pais são
verdadeiros ‘engenheiros genéticos’. É urgente, para os mesmos,
que sejam informados.”
A transmissão inconsciente de antigos padrões pela
genealogia é estudada pela psicogenealogia. Acidentes, falhas,
doenças, emoções não processadas podem ser constantemente
repetidas ao longo da história familiar de várias gerações.
Para se libertar, a si e às próximas gerações destas situações
repetitivas, a mãe tem de se autoavaliar porque o seu bebé
merece o melhor começo de vida.
Conseguimos agora
entender o quão importante é a maneira como a mãe toma conta de
si durante a gravidez fisicamente bem como a nivel emocional,
as experiências e sentimentos da mãe também estão a influenciar
o desenvolvimento psicológico do bebé.
Durante a
gravidez, o bebé sabe se é amado ou não através do sistema
endócrino e das hormonas da mãe, que afetam a bioquímica do
bebé e criam os mesmos sentimentos que a mãe. Um bebé em
gestação precisa de se sentir conectado, aceite e amado. Os
pais podem ajudar criando uma ligação desde a conceção e
fazendo-a crescer ao longo da gravidez, comunicando e aceitando
a sensibilidade do seu bebé desde o início da gravidez. Uma boa
conexão ou ligação só é possível se os pais se sentiram também
conectados no seu próprio passado ou se forem capazes de se
reprogramar psicologicamente neutralizando os impactos
negativos da sua falta de conexão. Deve ligar-se e falar com o
seu bebé como um ser humano normal, dando-lhe a entender que é
amado.
Tudo isto irá definir as bases para a autoestima
do bebé como seja o seu amor próprio, conexão e confiança ou
desconfiança, as suas crenças, atitudes, mecanismos de defesa e
até mesmo problemas em futuros relacionamentos.
Barbara
Findeisen, membro fundador da APPPAH – Associação de Psicologia
e Saúde Pré e Perinatal, diz: “Há algo maravilhoso nas pessoas
que têm uma conexão original e intacta com elas mesmas, devido
a uma ligação própria e uma boa esperiência no útero e no
parto. Têm uma confiança de nivel superior na vida. Quando há
uma crise, voltam ao senso de identidade e à confiança no
universo. O seu contexto é confiança e amor.”
Ao longo
de 4 décadas foram realizadas pesquisas científicas no âmbito
da psicologia pré e perinatal, mostrando a tremenda importância
da gravidez e dos primeiros anos de vida do bebé, que terão
efeito mais tarde tanto a nivel físico como psicológico. Por
exemplo hormonas de stress criadas pela mãe podem perturbar o
desenvolvimento de orgãos do bebé estando este dentro do útero
e podem ter consequências a longo prazo na saúde física do
bebé, depois do nascimento.
Esta informação coloca uma
tremenda responsabilidade nos pais, no entanto isto pode ser
visto como uma grande oportunidade de influenciar e dar ao bebé
oacarinhar e partilhar pensamentos positivos e sentimentos com
o seu bebé, inspirando o novo universo dentro dela. Inspirando
os seus sentimentos. Deviamos ser capazes de juntar boas
equipas de apoio que podem ajudar a mãe a lidar com o stress e
conflitos, reduzindo-os ao máximo.
A parentalidade
começa antes da conceção, posto isto educar os pais acerca da
sua grande responsabilidade de conceber, gerar, dar à luz e
educar um filho é um passo na direção certa, é o que se deve às
gerações futuras.
Quem sou eu?
Olá! Eu
sou Susana, sou professora de yoga e educadora
pré-natal. No meu dia a dia, se não estou com meus 3
filhos, eu ajudo e dou apoio às necessidades das
mulheres, mães e dos seus bebés. Sou a
fundadora do Programa Yoga para Mulheres, Yoga
para Grávidas e Pós-parto e Yoga
para Toda a Família, Yoga para a Ansiedade,
autora do livro Yoga e Maternidade, e Presidente da
Associação Norueguesa de Educação Prénatal. Tenho mais de
quinze anos de experiência como professora de yoga e hoje
orgulho-me de ter ajudado centenas de mulheres um pouco por
todo o mundo.